PEDÁGIOS EM SÃO PAULO

BARBOZÃO OU JOAQUINZÃO?

ENFIM, UMA REAÇÃO BARBOSA REAGE Autor(es): Cynara Menezes e Leandro Fortes Carta Capital - 27/04/2009 Não houve aplausos nem discursos. Na quinta-feira 23, data em que o ministro Gilmar Mendes completou um ano na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o plenário da Corte ficou vazio. As sessões, assim como as demais atividades do dia, acabaram canceladas. Reinou o silêncio, a traduzir a fratura institucional do STF finalmente exposta, no dia anterior, pelo ministro Joaquim Barbosa.
Após um breve rompante autoritário de Mendes, Barbosa decidiu revidar e rompeu com o espírito corporativo que tem dominado a Alta Corte. O rompante, em plena sessão transmitida pela TV Justiça, foi inusual. Barbosa deu, porém, voz a uma indignação popular que só tem encontrado espaço nas seções de cartas da mídia tradicional, à exceção de CartaCapital, e na internet. Vossa Excelência está destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”, disparou Barbosa, para desconcerto do presidente do Supremo. O desabafo de Barbosa tornou públicas e, finalmente, sem máscaras as divergências dentro do corpo fechado do STF.
Até a sessão da quarta-feira 22, a liturgia e os tratamentos formais entre os ministros haviam conseguido esconder a crescente dificuldade da mais Alta Corte da Justiça de administrar os prejulgamentos, o opinionismo e o excessivo protagonismo de Mendes, sem falar na forma despótica com que dirige a casa. “O rei sou eu” parecia uma frase adequada ao presidente do Supremo, até o “chega pra lá” aplicado por Barbosa.
Ao acusar Mendes de macular a imagem da Justiça brasileira, Barbosa fez uma aposta perigosa, sobretudo por ser integrante de um clube corporativo composto de apenas onze cidadãos. Sabe-se, desde sempre, que o presidente do STF tem a simpatia das maiores e mais poderosas organizações de mídia do País, sem contar com a zelosa compreensão de boa parte dos jornalistas escalados para cobrir os assuntos relativos ao Poder Judiciário em Brasília.
Desde o episódio dos dois habeas corpus, em julho de 2008, concedidos por Mendes ao banqueiro Daniel Dantas, em menos de 48 horas, também é patente o alinhamento dos demais ministros com as teses do presidente do tribunal. Ao julgar o mérito dos HCs, os ministros, à exceção de Marco Aurélio de Mello, optaram por fazer uma louvação a Mendes.
O que penso. Apenas eu penso!

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