PEDÁGIOS EM SÃO PAULO

PARA EGISTRO - HÁ CONTRADIÇÃO (es)?



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Gustavo Chacra
  • 5 de março de 2010|
  • 9h42|   Por Gustavo Chacra
A comunidade internacional, com razão, fica espantada quando o líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad questiona o Holocausto. Afinal, não faltam provas e documentos históricos que podem ser vistos em diversos museus e bibliotecas ao redor do mundo comprovando que o regime nazista levou adiante um processo de extermínio de judeus e outras minorias em escala industrial durante a Segunda Guerra.
Ao mesmo tempo, poucos parecem se importar quando o presidente Barack Obama e sua secretária de Estado, Hillary Clinton, tentam impedir que o Congresso dos EUA aprove uma resolução reconhecendo o genocídio armênio, já aprovada pela Comissão de Relações Exteriores. Para quem não sabe, o Império Otomano massacrou 1,5 milhão de armênios na Anatólia (atualmente território turco) durante a Primeira Guerra. Outras centenas de milhares foram obrigadas a fugir para o Líbano e Síria, com alguns seguindo adiante junto com sírios e libaneses para a América. Hoje, formam prósperas e influentes comunidades em Buenos Aires, Los Angeles, São Paulo e Beirute.
Os americanos dizem se tratar de realpolitik, de não querer irritar a Turquia, um importante aliado na OTAN. Bobagem, o Líbano e a Síria, países pequenos e próximos do território turco, reconhecem o genocídio, assim como a França. E nenhum deles rompeu relação com Ancara.
Apenas para ficar claro, a versão turca, contestada por historiadores do próprio país, é de que os armênios morreram em conseqüência da guerra. Também vale frisar que, para defender este ponto de vista, ironicamente, os turcos se valem da ajuda do lobby pró-Israel da AIPAC. Uma atitude lamentável desta organização, que provoca enorme condenação de membros da comunidade judaica nos EUA que reconhecem o genocídio armênio. A AIPAC também apóia a posição turca devido à aliança com Israel – que, aliás, não serve para muita coisa, já que a Turquia tem se posicionado sucessivamente contra os israelenses.
Obama também posa de bonzinho ao criticar George W. Bush e suas ações no Iraque. Porém, nos bombardeios contra jihadistas no Afeganistão realizados por sua administração, morrem mensalmente, em média, mais civis – incluindo mulheres e crianças – do que nos anos do republicano. Por que os pacifistas não saem às ruas para protestar contra o belicoso Obama, como fizeram contra Bush e também contra Israel, na guerra em Gaza? Por que Bush, Ariel Sharon e Bashar al Assad são tratados como maus e Shimon Peres, rei Abdullah e Obama como bons? Enfim, Obama ordena ações que resultam na morte de civis e nega um genocídio – apesar de, na sua campanha, ter admitido que houve um Holocausto contra os armênios. Desta forma, fica difícil ele criticar Ahmadinejad.
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Copiado do Estadão.


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