PEDÁGIOS EM SÃO PAULO

Reclamemos sim, mas avaçamos, não se esqueçam!

Trecho de uma reportagem de Edmar Morel, revista O CRUZEIRO, de 1946. Se hoje achamos que a vida está difícil, sempre bom voltarmos ao passado para sentirmos o quento progredimos, sem nos esquecer que ainda falta muito mais e que há brasileiros como nós, vivendo como se fosse 1946. Deixemos esta literatura suburbana que não enche o estômago de ninguém e falemos do padrão de vida dos lavradores de cana de outros recantos do país. É preciso ressaltar que depois de São Paulo, é o Estado do Rio de Janeiro o que paga melhor ao trabalhador rural. Na Bahia, por exemplo, o salário médio, é Cr$ 3,50, contra Cr$ 5,00, em Sergipe. Isto quer dizer que um homem ganha por dia uma quantia equivalente a meio quilo de carne. Já em Minas Gerais, o padrão atinge a cifra de Cr$ 4,50. Partindo do princípio de que o homem é aquilo que come, o camponês brasileiro, orgânicamente, não vale nada. Populações inteiras de camponeses vivem em alarmante estado de deficiência alimentar. Vasconcelos Tôrres, num interessante estudo, aponta as quatro principais razões para as desgraçadas condições de vida do nosso trabalhador, que segundo os técnicos de nutrição, necessita de 3.000 calorias. 1.ª - O salário baixo; 2.ª - A falta de gêneros indispensáveis a uma alimentação racional; 3.ª - o elevado custo dos gêneros utilizados habitualmente e por fim, a inexistência de conhecimentos sôbre o valor da alimentação. Consumindo em grande escala a mandioca, o fubá, o charque e raramente alimentos como açúcar, leite, ovos, manteiga e legumes, o trabalhador rural brasileiro, em média, apresenta um "deficit" calórico que ultrapassa a 60%. O que penso. Apenas eu penso!

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