Passagens da vida de um grande homem: Arthur Sendas.
Assumindo o controle Eu tinha dezessete anos. Eu namorava uma moça até que era mais velha do que eu e minha família não aprovava. Aí meu pai precisou tirar uma certidão por causa do inventário da minha avó, lá em Rio Preto, perto de Marquês de Valença, no estado do Rio. E meu pai foi lá, gostou muito e achou que eu precisava descansar um pouco. Então eu fui para lá, mas só dormi uma noite. Porque quando meu pai voltou no dia seguinte com meu cunhado, o Paulo, a caminhonete capotou dentro do rio ali em Marquês de Valença. Aí meu cunhado ligou para mim: “Olha, seu pai já desceu lá para a Beneficência Portuguesa. Você vem para cá porque eles têm que tirar o carro de dentro do rio, tem que voltar.” Naquela época, quando quebrava o tornozelo tinha que ficar internado lá na Beneficência Portuguesa. Aí eu, indiretamente, assumi [o armazém] e procurei me aproximar dos amigos, principalmente o Seu Sidônio, que tinha o maior armazém de São João do Meriti. Expliquei a situação do meu pai e tudo, e ele se prontificou a me ajudar. Aí eu descia com ele e ele ia me apresentava novos fornecedores. Às vezes muitos olhavam assim para a minha cara: “Pô esse garoto”. Ele notava e dizia: “Pode vender para ele, que se ele não pagar eu pago. Depois ele acerta comigo”. O Seu Sidônio não tinha muita afinidade com meu pai, não. Mas ele simpatizou comigo, pela maneira como eu fui procurá-lo, demonstrando uma necessidade. “Houve um acidente com meu pai.” Foi um amigo muito importante. O Seu Sidônio foi muito importante na vida da gente porque ninguém cresce sozinho. Você vai procurando conquistar amigos dentro de uma sinceridade, uma lealdade, sem mentir, e você conquista as pessoas. As pessoas passam a acreditar. Aquelas que não se adaptam muito à gente é porque não concordam muito com a linha de honestidade, de princípios. Minha mãe sempre dizia: “Barata só procura parede.” Então, quando você vê duas pessoas que estão muito juntas sempre é porque mais ou menos comungam dos mesmos pensamentos, dos mesmos ideais, das mesmas vontades. E eu me aproximei dessas pessoas. Agora tenho sofrido muito porque esses amigos eram sempre mais idosos do que eu, e eu os perdi muito cedo e sinto a falta deles – como sinto ainda, principalmente, do meu pai e da minha mãe. Meu pai ficou mais ou menos um mês internado, mas quando ele voltou me viu com tanto entusiasmo e as coisas melhorando... Ele ficou ajudando, mas deixava as decisões sempre por minha conta. Então, com dezessete anos, eu já assumi o armazém junto com meu irmão que tem menos dois anos do que eu.
O que penso. Apenas eu penso!
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